A crase é, na língua portuguesa, o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas.
É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
Ex:
- Vou a a igreja. Vou à igreja.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja.
Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.
Outros exemplos:
- Conheço a aluna. Refiro-me à aluna.
No
primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo
não exige preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o
verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a
preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.
Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a" (s) após uma preposição "a":
1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.
Exemplos:
- Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno. Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.
2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase.
Ex:
- - Penso na aluna. - Apaixonei-me pela aluna.
- Começou a brigar. | - Cansou de brigar. - Insiste em brigar. - Foi punido por brigar. - Optou por brigar. |
Obs: lembre-se sempre que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois.
Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase. Observe os principais casos em que a crase NÃO ocorre:
- diante de substantivos masculinos:
- Andamos a cavalo. Fomos a pé. Passou a camisa a ferro. Fazer o exercício a lápis. Compramos os móveis a prazo. Assisitimos a espetáculos magníficos.
- diante de verbos no infinitivo:
- A criança começou a falar. Ela não tem nada a dizer. Estavam a correr pelo parque. Estou disposto a ajudar. Continuamos a observar as plantas. Voltamos a contemplar o céu.
Obs: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:
- Diga aela que não estarei em casa amanhã. Entreguei atodos os documentos necessários. Ele fez referência aVossa Excelência no discurso de ontem. Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho. Quero informar aalgumas pessoas o que está acontecendo. Isso não interessa anenhum de nós. Aonde você pretende ir a esta hora? Agradeci a ele, a quem tudo devo.
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase.
Exemplo:
- Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.) Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)
- diante de numerais cardinais:
- Chegou aduzentos o número de feridos. Daqui auma semana começa o campeonato.
Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
- diante de palavras femininas:
- Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. Sempre vamos à praia no verão. Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. Sou grata à população. Fumar é prejudicial à saúde. Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
- diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
- O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. Usava sapatos à (moda de) Luis XV. Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho. O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
- na indicação de horas:
- Acordei às sete horas da manhã. Elas chegaram às dez horas. Foram dormir à meia-noite. Ele saiu às duas horas.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que paticipam palavras femininas.
Exemplo:
à tarde | às ocultas | às pressas | à medida que |
à noite | às claras | às escondidas | à força |
à vontade | à beça | à larga | à escuta |
às avessas | à revelia | à exceção de | à imitação de |
à esquerda | às turras | às vezes | à chave |
à direita | à procura | à deriva | à toa |
à luz | à sombra de | à frente de | à proporção que |
à semelhança de | às ordens | à beira de |
Crase diante de Nomes de Lugar
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em".
A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase.
Exemplo:
- Vou à França. (Vim da França. Estou na França.) Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.) Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.) Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)
Obs: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase.
Ex:
- Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. Irei à Salvador de Jorge Amado.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a".
Exemplo:
Refiro-me | a | aquele | atentado. |
Preposição | - Pronome |
Refiro-me àquele atentado.
O
termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir
(referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a
crase.
Exemplo:
- Aluguei aquela casa.
O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso.
Outros exemplos:
- Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. Quero agradecer àqueles que me socorreram. Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai. Não obedecerei àquele sujeito. Assisti àquele filme três vezes. Espero aquele rapaz. Fiz aquilo que você disse. Comprei aquela caneta.
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá
crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos,
utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido
masculino.
Exemplo:
- A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade. Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Outros exemplos:
- São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Esta foi a conclusão à qual ele chegou. Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões. A sessão à qual assisti estava vazia.
Crase com o Pronome Demonstrativo "a"
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada através da substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino.
Ex:
- Minha revolta é ligada à do meu país. Meu luto é ligado ao do meu país. As orações são semelhantes às de antes. Os exemplos são semelhantes aos de antes. Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa. Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa. Suas perguntas são superiores às dele. Seus argumentos são superiores aos dele. Sua blusa é idêntica à de minha colega. Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
A Palavra Distância
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer.
Exemplo:
- Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está determinada.) Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer.
Exemplo:
- Os militares ficaram a distância. Gostava de fotografar a distância. Ensinou a distância. Dizem que aquele médico cura a distância. Reconheci o menino a distância.
Obs: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase.
Ex::
- Gostava de fotografar à distância. Ensinou à distância. Dizem que aquele médico cura à distância.
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
- diante de nomes próprios femininos:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo.
Ex:
Paula é muito bonita | Laura é minha amiga. |
A Paula é muito bonita. | A Laura é minha amiga. |
Como
podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de
nomes próprios femininos, então podemos escrever as frases abaixo das
seguintes formas:
Entreguei o cartão a Paula. | Entreguei o cartão a Roberto. |
Entreguei o cartão à Paula. | Entreguei o cartão ao Roberto. |
Contei a Laura o que havia ocorrido na noite passada. | Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite passada. |
Contei à Laura o que havia ocorrido na noite passada. | Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite passada. |
- diante de pronome possessivo feminino:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possesivos femininos porque é facultativo o uso do artigo.
Ex:
Minha avó tem setenta anos. | Minha irmã está esperando por você. |
A minha avó tem setenta anos. | A minha irmã está esperando por você. |
Sendo facultativo o uso do
artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemos
escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Cedi o lugar a minha avó. | Cedi o lugar a meu avô. |
Cedi o lugar à minha avó. | Cedi o lugar ao meu avô. |
Diga a sua irmã que estou esperando por ela. | Diga a seu irmão que estou esperando por ele. |
Diga à sua irmã que estou esperando por ela. | Diga ao seu irmão que estou esperando por ele. |
- depois da preposição até:
Fui até a praia. ou Fui até à praia.
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai até às cinco horas da tarde.
De origem grega, a palavra crase significa "fusão" ou "mistura".
É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
- depois da preposição até:
Fui até a praia. ou Fui até à praia.
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai até às cinco horas da tarde.
A crase é, na língua portuguesa, o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas.
É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
Ex:
- Vou a a igreja. Vou à igreja.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja.
Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.
Outros exemplos:
- Conheço a aluna. Refiro-me à aluna.
No
primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo
não exige preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o
verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a
preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.
Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a" (s) após uma preposição "a":
1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.
Exemplos:
- Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno. Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.
2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase.
Ex:
- - Penso na aluna. - Apaixonei-me pela aluna.
- Começou a brigar. | - Cansou de brigar. - Insiste em brigar. - Foi punido por brigar. - Optou por brigar. |
Obs: lembre-se sempre que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois.
Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase. Observe os principais casos em que a crase NÃO ocorre:
- diante de substantivos masculinos:
- Andamos a cavalo. Fomos a pé. Passou a camisa a ferro. Fazer o exercício a lápis. Compramos os móveis a prazo. Assisitimos a espetáculos magníficos.
- diante de verbos no infinitivo:
- A criança começou a falar. Ela não tem nada a dizer. Estavam a correr pelo parque. Estou disposto a ajudar. Continuamos a observar as plantas. Voltamos a contemplar o céu.
Obs: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:
- Diga aela que não estarei em casa amanhã. Entreguei atodos os documentos necessários. Ele fez referência aVossa Excelência no discurso de ontem. Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho. Quero informar aalgumas pessoas o que está acontecendo. Isso não interessa anenhum de nós. Aonde você pretende ir a esta hora? Agradeci a ele, a quem tudo devo.
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase.
Exemplo:
- Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.) Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)
- diante de numerais cardinais:
- Chegou aduzentos o número de feridos. Daqui auma semana começa o campeonato.
Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
- diante de palavras femininas:
- Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. Sempre vamos à praia no verão. Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. Sou grata à população. Fumar é prejudicial à saúde. Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
- diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
- O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. Usava sapatos à (moda de) Luis XV. Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho. O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
- na indicação de horas:
- Acordei às sete horas da manhã. Elas chegaram às dez horas. Foram dormir à meia-noite. Ele saiu às duas horas.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que paticipam palavras femininas.
Exemplo:
à tarde | às ocultas | às pressas | à medida que |
à noite | às claras | às escondidas | à força |
à vontade | à beça | à larga | à escuta |
às avessas | à revelia | à exceção de | à imitação de |
à esquerda | às turras | às vezes | à chave |
à direita | à procura | à deriva | à toa |
à luz | à sombra de | à frente de | à proporção que |
à semelhança de | às ordens | à beira de |
Crase diante de Nomes de Lugar
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em".
A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase.
Exemplo:
- Vou à França. (Vim da França. Estou na França.) Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.) Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.) Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)
Obs: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase.
Ex:
- Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. Irei à Salvador de Jorge Amado.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a".
Exemplo:
Refiro-me | a | aquele | atentado. |
Preposição | - Pronome |
Refiro-me àquele atentado.
O
termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir
(referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a
crase.
Exemplo:
- Aluguei aquela casa.
O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso.
Outros exemplos:
- Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. Quero agradecer àqueles que me socorreram. Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai. Não obedecerei àquele sujeito. Assisti àquele filme três vezes. Espero aquele rapaz. Fiz aquilo que você disse. Comprei aquela caneta.
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá
crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos,
utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido
masculino.
Exemplo:
- A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade. Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Outros exemplos:
- São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Esta foi a conclusão à qual ele chegou. Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões. A sessão à qual assisti estava vazia.
Crase com o Pronome Demonstrativo "a"
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada através da substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino.
Ex:
- Minha revolta é ligada à do meu país. Meu luto é ligado ao do meu país. As orações são semelhantes às de antes. Os exemplos são semelhantes aos de antes. Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa. Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa. Suas perguntas são superiores às dele. Seus argumentos são superiores aos dele. Sua blusa é idêntica à de minha colega. Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
A Palavra Distância
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer.
Exemplo:
- Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está determinada.) Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer.
Exemplo:
- Os militares ficaram a distância. Gostava de fotografar a distância. Ensinou a distância. Dizem que aquele médico cura a distância. Reconheci o menino a distância.
Obs: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase.
Ex::
- Gostava de fotografar à distância. Ensinou à distância. Dizem que aquele médico cura à distância.
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
- diante de nomes próprios femininos:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo.
Ex:
Paula é muito bonita | Laura é minha amiga. |
A Paula é muito bonita. | A Laura é minha amiga. |
Como
podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de
nomes próprios femininos, então podemos escrever as frases abaixo das
seguintes formas:
Entreguei o cartão a Paula. | Entreguei o cartão a Roberto. |
Entreguei o cartão à Paula. | Entreguei o cartão ao Roberto. |
Contei a Laura o que havia ocorrido na noite passada. | Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite passada. |
Contei à Laura o que havia ocorrido na noite passada. | Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite passada. |
- diante de pronome possessivo feminino:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possesivos femininos porque é facultativo o uso do artigo.
Ex:
Minha avó tem setenta anos. | Minha irmã está esperando por você. |
A minha avó tem setenta anos. | A minha irmã está esperando por você. |
Sendo facultativo o uso do
artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemos
escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Cedi o lugar a minha avó. | Cedi o lugar a meu avô. |
Cedi o lugar à minha avó. | Cedi o lugar ao meu avô. |
Diga a sua irmã que estou esperando por ela. | Diga a seu irmão que estou esperando por ele. |
Diga à sua irmã que estou esperando por ela. | Diga ao seu irmão que estou esperando por ele. |
- depois da preposição até:
Fui até a praia. ou Fui até à praia.
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai até às cinco horas da tarde.
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