Escolas privadas de elite do Brasil superam Finlândia no Pisa; rede pública vai pior do que Peru


Tabulação feita pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) constatou desigualdades até dentro da rede pública, com escolas federais no nível da Austrália e estaduais ao lado da Bósnia

A nota das escolas particulares de elite do Brasil colocaria o País na 5ª posição do ranking mundial de leitura do Pisa, ao lado da Estônia, que tem o melhor desempenho da Europa. Já o resultado isolado das escolas públicas estaria 60 posições abaixo, na 65ª, entre 79 países. A tabulação foi feita a pedido do Estado pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), instituto que pesquisa dados de educação.

A avaliação internacional feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi divulgada nesta terça-feira, 4 de dezembro de 2019, em Paris. A nota geral do Brasil está entre as baixas do mundo nas três áreas avaliadas, Leitura, Matemática e Ciência. A maior parte dos estudantes não chega nem ao nível considerado básico de nenhuma delas.

“Como o País vai muito mal em educação, as pessoas tendem a colocar tudo no mesmo bolo, mas os resultados são bem diferentes na rede privada, o que mostra uma desigualdade enorme”, afirma o diretor do Iede, Ernesto Faria, pesquisador responsável pelo estudo e que tem uma tese de doutorado sobre o Pisa.

O estudo de Faria compara a nota geral da elite das escolas privadas brasileiras com a nota geral das redes dos outros países, incluindo colégios públicos e privados.

A pesquisa mostra que o desempenho das escolas particulares de elite do Brasil em Matemática é bem pior que em Leitura, 30ª colocação, mas consegue ficar na média dos países da OCDE. O Brasil está na 70ª colocação. Por escolas de elite, o estudo considerou aquelas cujos alunos têm nível sócioeconômico alto (o que considera renda/bens, ocupação, escolaridade dos pais) igual ou maior ao registrado em países membros da OCDE. A entidade reúnes as nações mais ricas do mundo. Em Ciências, esses alunos brasileiros ficam na 12ª posição, ao lado da Nova Zelândia e acima do Reino Unido e da Alemanha, por exemplo.

Apesar de o Colégio Santa Cruz, na zona oeste da capital, fazer parte da elite do ensino brasileiro – com alto desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) –, o diretor Fabio Aidar diz não ver motivo para comemoração. “A desigualdade que temos no País não nos permite comemorar termos um resultado como esse. É lamentável que exista um abismo tão grande entre os estudantes”. Segundo ele, uma forma de o colégio tentar minimizar o problema é oferecendo cursos de formação continuada para professores das redes estadual e municipal.

"A gente vive em uma bolha pequena, com uma elite intelectual de primeiríssima linha, mas muitos deles estão indo embora para o exterior. Hoje, o maior concorrente das escolas de elite é o exterior. Os pais querem ir embora do Brasil", comenta Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirantes, zona sul paulistana.

Ainda segundo ele, é importante que a formação dos professores seja voltada para a prática e garantir foco no aluno.

O estudo do Iede também tabulou o resultado de todas as escolas particulares e não só das consideradas de elite. O desempenho delas em Leitura colocaria o Brasil na 11ª colocação, ao acima da Suécia, e em 23ª em Ciência, empatado com a Suíça. Matemática, mais uma vez, tem um resultado pior: 38ª colocação. Participaram do Pisa uma amostra de 10.691 estudantes de 15 anos, que fizeram a prova em 2018. Desses, 1.381 estavam em escolas privadas de todo o País.


Tabulação feita pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) constatou desigualdades até dentro da rede pública, com escolas federais no nível da Austrália e estaduais ao lado da Bósnia

A nota das escolas particulares de elite do Brasil colocaria o País na 5ª posição do ranking mundial de leitura do Pisa, ao lado da Estônia, que tem o melhor desempenho da Europa. Já o resultado isolado das escolas públicas estaria 60 posições abaixo, na 65ª, entre 79 países. A tabulação foi feita a pedido do Estado pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), instituto que pesquisa dados de educação.

A avaliação internacional feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi divulgada nesta terça-feira, 4 de dezembro de 2019, em Paris. A nota geral do Brasil está entre as baixas do mundo nas três áreas avaliadas, Leitura, Matemática e Ciência. A maior parte dos estudantes não chega nem ao nível considerado básico de nenhuma delas.

“Como o País vai muito mal em educação, as pessoas tendem a colocar tudo no mesmo bolo, mas os resultados são bem diferentes na rede privada, o que mostra uma desigualdade enorme”, afirma o diretor do Iede, Ernesto Faria, pesquisador responsável pelo estudo e que tem uma tese de doutorado sobre o Pisa.

O estudo de Faria compara a nota geral da elite das escolas privadas brasileiras com a nota geral das redes dos outros países, incluindo colégios públicos e privados.

A pesquisa mostra que o desempenho das escolas particulares de elite do Brasil em Matemática é bem pior que em Leitura, 30ª colocação, mas consegue ficar na média dos países da OCDE. O Brasil está na 70ª colocação. Por escolas de elite, o estudo considerou aquelas cujos alunos têm nível sócioeconômico alto (o que considera renda/bens, ocupação, escolaridade dos pais) igual ou maior ao registrado em países membros da OCDE. A entidade reúnes as nações mais ricas do mundo. Em Ciências, esses alunos brasileiros ficam na 12ª posição, ao lado da Nova Zelândia e acima do Reino Unido e da Alemanha, por exemplo.

Apesar de o Colégio Santa Cruz, na zona oeste da capital, fazer parte da elite do ensino brasileiro – com alto desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) –, o diretor Fabio Aidar diz não ver motivo para comemoração. “A desigualdade que temos no País não nos permite comemorar termos um resultado como esse. É lamentável que exista um abismo tão grande entre os estudantes”. Segundo ele, uma forma de o colégio tentar minimizar o problema é oferecendo cursos de formação continuada para professores das redes estadual e municipal.

"A gente vive em uma bolha pequena, com uma elite intelectual de primeiríssima linha, mas muitos deles estão indo embora para o exterior. Hoje, o maior concorrente das escolas de elite é o exterior. Os pais querem ir embora do Brasil", comenta Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirantes, zona sul paulistana.

Ainda segundo ele, é importante que a formação dos professores seja voltada para a prática e garantir foco no aluno.

O estudo do Iede também tabulou o resultado de todas as escolas particulares e não só das consideradas de elite. O desempenho delas em Leitura colocaria o Brasil na 11ª colocação, ao acima da Suécia, e em 23ª em Ciência, empatado com a Suíça. Matemática, mais uma vez, tem um resultado pior: 38ª colocação. Participaram do Pisa uma amostra de 10.691 estudantes de 15 anos, que fizeram a prova em 2018. Desses, 1.381 estavam em escolas privadas de todo o País.


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