MARCELO, MARMELO, MARTELO - Ruth Rocha
MARCELO, MARMELO, MARTELO
Ruth Rocha
Marcelo vivia fazendo perguntas a todo mundo:
- Papai, por que é que a chuva?
- Mamãe, por que é que o mar não derrama?
- Vovó, por que é que o cachorro tem quatro pernas?
________________________________________________________________________________________
- Ah, Marcelo, sei lá...
Uma vez, Marcelo cismou com o nome das coisas:
________________________________________________________________________________________
- Ora, Marcelo foi o nome que eu e seu pai escolhemos.
________________________________________________________________________________________
- Ah, meu filho, martelo não é nome de gente! É nome de ferramenta...
- Por que é que não escolheram marmelo?
________________________________________________________________________________________
- E a fruta não podia chamar Marcelo, e eu chamar marmelo?
No dia seguinte, lá vinha ele outra vez:
- Papai, por que é que mesa chama mesa?
- Ah, Marcelo, vem do latim.
________________________________________________________________________________________
- Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
- Ai, meu Deus, este menino me deixa louco!
Daí a alguns dias, Marcelo estava jogando futebol com o pai:
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
- Não sei, Marcelo, acho que bola lembra uma coisa redonda, não lembra?
- Lembra, sim, mas ... e bolo?
- Bolo também é redondo, não é?
________________________________________________________________________________________
O pai de Marcelo ficou atrapalhado.
E Marcelo continuou pensando:
“Pois
é, está tudo errado! Bola é bola, porque é redonda.
___________________________________________________. E por que será que a
bola não é a mulher do bolo? E bule? E belo? E Bala? Eu acho que as
coisas deviam ter o nome mais apropriado. Cadeira, por exemplo.
____________________________________________________________________________.
______________________________________________? Devia chamar cabeceiro,
lógico! Também, agora, eu só vou falar assim”.
Logo de manhã, Marcelo começou a falar sua nova língua:
- Mamãe, quer me passar o mexedor?
- Mexedor? Que é isso?
- Mexedorzinho, de mexer café.
________________________________________________________________________________________
- Papai, me dá o suco de vaca?
- Que é isso menino?
- Suco de vaca, ora! Que está no suco-da-vaqueira.
________________________________________________________________________________________
O pai de Marcelo resolveu conversar com ele:
- Marcelo, todas as coisas têm um nome. E todo mundo tem que chamar pelo mesmo nome porque, senão, ninguém se entende...
- Não acho, papai. ____________________________________________________________________________________. Biriquitote Xefra!
- Deixe de bobagens, menino! Que coisa mais feia!
- Está vendo como você entendeu, papai? Como é que você sabe que eu disse um nome feio?
O pai de Marcelo suspirou:
- Vá brincar, filho, tenho muito que fazer...
Mas Marcelo continuava não entendendo a história dos nomes. E resolveu continuar a falar, à sua moda. Chegava em casa e dizia:
- Bom solário pra todos...
O pai e a mãe de Marcelo se olhavam e não diziam nada. E Marcelo continuava inventando:
Sabem
o que eu vi na rua? __________________________________________________.
Depois, o puxadeiro fugiu e o possuidor ficou danado.
A mãe de Marcelo já estava ficando preocupada. Conversou com o pai:
-
Sabe, João, eu estou muito preocupada com o Marcelo, com essa mania de
inventar nomes para as coisas... Já pensou, quando começarem as aulas?
Esse menino vai dar trabalho...
Mas estava custando a passar...
Quando vinham visitas, era um caso sério. Marcelo só cumprimentava dizendo:
_____________________________________________________________ – que era como ele chamava o dia e a noite.
E os pais de Marcelo morriam de vergonha das visitas.
Até que um dia...
O
cachorro do Marcelo, o Godofredo, tinha uma linda casinha de madeira
que Seu João tinha feito para ele.
________________________________________________________________________________________
E aconteceu que a casa do Godofredo pegou fogo. Alguém jogou uma ponta de cigarro pela grade, e foi aquele desastre!
Marcelo entrou em casa correndo.
_______________________________________________________________________________________
O quê, menino? Não estou entendendo nada!
- A moradeira, papai, embrasou...
- Eu não sei o que é isso, Marcelo. Fala, direito!
- Embrasou tudo, papai, está uma branqueira danada!
Seu João percebia a aflição do filho, mas não entendia nada...
________________________________________________________________________________________
A casinha estava toda queimada. Era um montão de brasas.
O Godofredo gania baixinho...
________________________________________________________________________________________
- Gente grande não entende nada, mesmo!
Então a mãe do Marcelo olhou pro pai do Marcelo.
E o pai do Marcelo olhou pra mãe do Marcelo.
E o pai do Marcelo falou:
________________________________________________________________________________________
E a mãe do Marcelo disse:
É sim! Toda branquinha, com a entradeira na frente e um cobridor bem vermelhinho...
E agora, naquela família, todo mundo se entende muito bem.
________________________________________________________________________________________
E nem estão se incomodando com o que as visitas pensam...
1) Você
deve ter percebido que o texto está incompleto. Sua tarefa é
completá-lo, usando corretamente as frases do Banco de Frases.
BANCO DE FRASES
- Isso é leite, Marcelo. Quem é que entende este menino?
- E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira nome de parede, e na parede nome de bacalhau?
Devia chamar sentador, não cadeira, que não quer dizer nada.
- Porque marmelo é nome de fruta, menino!
- Ah, essa não! Mamãe vive fazendo bolo quadrado...
- E por que é que não escolheram martelo?
Mas bolo nem sempre é redondo.
- Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro?
- Sabe, papai, eu acho que o tal de latim botou nome errado nas coisas. Por exemplo, por que é que bola chama bola?
- Bom solário, bom lunário...
O pai e a mãe do Marcelo não aprenderam a falar como ele, mas fazem força pra entender o que ele fala.
- Papai, papai, embrasou a moradeira do Latildo!
Um puxadeiro puxando uma carregadeira.
- Não fique triste, meu filho. A gente faz uma moradeira nova pro Latildo.
As pessoas grandes às vezes respondiam. Às vezes, não sabiam como responder.
E travesseiro?
- Mamãe, por que é que eu me chamo Marcelo?
- Ah, colherinha, você quer dizer.
Por que é que eu não posso inventar o nome das coisas?
E Marcelo só chamava a casinha de moradeira, e o cachorro de Latildo.
Quando seu João chegou a entender do que Marcelo estava falando, já era tarde.
E Marcelo, desapontadíssimo, disse para o pai:
2) Assinale a frase que não representa uma dúvida de Marcelo:
( ) Por que é que a chuva cai?
( ) Por que é que o mar derrama?
( ) Por que é que o cachorro tem quatro pernas?
( ) Por que é que mesa se chama mesa?
3) Como, na opinião de Marcelo, deveria ser o nome de "cadeira" e "travesseiro"? Por que deveriam se chamar assim?
4) Qual foi a lógica usada por Marcelo para dar novos nomes às coisas? Qual foi o mais interessante, na sua opinião?
5) Por que, segundo o pai de Marcelo, todos devem chamar as coisas pelo mesmo nome?
6) Que palavra foi usada, no texto, para dizer que Marcelo implicou com o nome das coisas?
7) Qual foi a complicação que surgiu no texto?
8) Há, no texto, um sinônimo da palavra "uivar". Que palavra é essa?
9) Observe a frase: "Seu João percebia a aflição do filho, mas não entendia nada...". Assinale a alternativa que representa o sentimento de Marcelo, naquele momento:
( ) paciência. ( ) alegria. ( ) preocupação
10) Observe a frase: "E Marcelo, desapontadíssimo, disse para o pai:" O sentimento de Marcelo era de:
( ) decepção. ( ) medo. ( ) impaciência.
11)
Na linguagem de Marcelo, os pais disseram que construiriam uma nova
casinha para Godofredo. Transcreva a frase que comprova isso e
reescreva-a utilizando a linguagem normal.
12) Qual é a situação final do texto?
13) Se você pudesse dar outros nomes ao seu material escolar, como você nomearia:
a) a caneta?
b) o lápis?
c) o caderno?
d) a tesoura?
e) a borracha?
14) Que tipo de narrador tem o texto? Explique:
MARCELO, MARMELO, MARTELO - Ruth Rocha
MARCELO, MARMELO, MARTELO
Ruth Rocha
Marcelo vivia fazendo perguntas a todo mundo:
- Papai, por que é que a chuva?
- Mamãe, por que é que o mar não derrama?
- Vovó, por que é que o cachorro tem quatro pernas?
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- Ah, Marcelo, sei lá...
Uma vez, Marcelo cismou com o nome das coisas:
________________________________________________________________________________________
- Ora, Marcelo foi o nome que eu e seu pai escolhemos.
________________________________________________________________________________________
- Ah, meu filho, martelo não é nome de gente! É nome de ferramenta...
- Por que é que não escolheram marmelo?
________________________________________________________________________________________
- E a fruta não podia chamar Marcelo, e eu chamar marmelo?
No dia seguinte, lá vinha ele outra vez:
- Papai, por que é que mesa chama mesa?
- Ah, Marcelo, vem do latim.
________________________________________________________________________________________
- Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga.
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- Ai, meu Deus, este menino me deixa louco!
Daí a alguns dias, Marcelo estava jogando futebol com o pai:
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- Não sei, Marcelo, acho que bola lembra uma coisa redonda, não lembra?
- Lembra, sim, mas ... e bolo?
- Bolo também é redondo, não é?
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O pai de Marcelo ficou atrapalhado.
E Marcelo continuou pensando:
“Pois
é, está tudo errado! Bola é bola, porque é redonda.
___________________________________________________. E por que será que a
bola não é a mulher do bolo? E bule? E belo? E Bala? Eu acho que as
coisas deviam ter o nome mais apropriado. Cadeira, por exemplo.
____________________________________________________________________________.
______________________________________________? Devia chamar cabeceiro,
lógico! Também, agora, eu só vou falar assim”.
Logo de manhã, Marcelo começou a falar sua nova língua:
- Mamãe, quer me passar o mexedor?
- Mexedor? Que é isso?
- Mexedorzinho, de mexer café.
________________________________________________________________________________________
- Papai, me dá o suco de vaca?
- Que é isso menino?
- Suco de vaca, ora! Que está no suco-da-vaqueira.
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O pai de Marcelo resolveu conversar com ele:
- Marcelo, todas as coisas têm um nome. E todo mundo tem que chamar pelo mesmo nome porque, senão, ninguém se entende...
- Não acho, papai. ____________________________________________________________________________________. Biriquitote Xefra!
- Deixe de bobagens, menino! Que coisa mais feia!
- Está vendo como você entendeu, papai? Como é que você sabe que eu disse um nome feio?
O pai de Marcelo suspirou:
- Vá brincar, filho, tenho muito que fazer...
Mas Marcelo continuava não entendendo a história dos nomes. E resolveu continuar a falar, à sua moda. Chegava em casa e dizia:
- Bom solário pra todos...
O pai e a mãe de Marcelo se olhavam e não diziam nada. E Marcelo continuava inventando:
Sabem
o que eu vi na rua? __________________________________________________.
Depois, o puxadeiro fugiu e o possuidor ficou danado.
A mãe de Marcelo já estava ficando preocupada. Conversou com o pai:
-
Sabe, João, eu estou muito preocupada com o Marcelo, com essa mania de
inventar nomes para as coisas... Já pensou, quando começarem as aulas?
Esse menino vai dar trabalho...
Mas estava custando a passar...
Quando vinham visitas, era um caso sério. Marcelo só cumprimentava dizendo:
_____________________________________________________________ – que era como ele chamava o dia e a noite.
E os pais de Marcelo morriam de vergonha das visitas.
Até que um dia...
O
cachorro do Marcelo, o Godofredo, tinha uma linda casinha de madeira
que Seu João tinha feito para ele.
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E aconteceu que a casa do Godofredo pegou fogo. Alguém jogou uma ponta de cigarro pela grade, e foi aquele desastre!
Marcelo entrou em casa correndo.
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O quê, menino? Não estou entendendo nada!
- A moradeira, papai, embrasou...
- Eu não sei o que é isso, Marcelo. Fala, direito!
- Embrasou tudo, papai, está uma branqueira danada!
Seu João percebia a aflição do filho, mas não entendia nada...
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A casinha estava toda queimada. Era um montão de brasas.
O Godofredo gania baixinho...
________________________________________________________________________________________
- Gente grande não entende nada, mesmo!
Então a mãe do Marcelo olhou pro pai do Marcelo.
E o pai do Marcelo olhou pra mãe do Marcelo.
E o pai do Marcelo falou:
________________________________________________________________________________________
E a mãe do Marcelo disse:
É sim! Toda branquinha, com a entradeira na frente e um cobridor bem vermelhinho...
E agora, naquela família, todo mundo se entende muito bem.
________________________________________________________________________________________
E nem estão se incomodando com o que as visitas pensam...
1) Você
deve ter percebido que o texto está incompleto. Sua tarefa é
completá-lo, usando corretamente as frases do Banco de Frases.
BANCO DE FRASES
- Isso é leite, Marcelo. Quem é que entende este menino?
- E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira nome de parede, e na parede nome de bacalhau?
Devia chamar sentador, não cadeira, que não quer dizer nada.
- Porque marmelo é nome de fruta, menino!
- Ah, essa não! Mamãe vive fazendo bolo quadrado...
- E por que é que não escolheram martelo?
Mas bolo nem sempre é redondo.
- Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro?
- Sabe, papai, eu acho que o tal de latim botou nome errado nas coisas. Por exemplo, por que é que bola chama bola?
- Bom solário, bom lunário...
O pai e a mãe do Marcelo não aprenderam a falar como ele, mas fazem força pra entender o que ele fala.
- Papai, papai, embrasou a moradeira do Latildo!
Um puxadeiro puxando uma carregadeira.
- Não fique triste, meu filho. A gente faz uma moradeira nova pro Latildo.
As pessoas grandes às vezes respondiam. Às vezes, não sabiam como responder.
E travesseiro?
- Mamãe, por que é que eu me chamo Marcelo?
- Ah, colherinha, você quer dizer.
Por que é que eu não posso inventar o nome das coisas?
E Marcelo só chamava a casinha de moradeira, e o cachorro de Latildo.
Quando seu João chegou a entender do que Marcelo estava falando, já era tarde.
E Marcelo, desapontadíssimo, disse para o pai:
2) Assinale a frase que não representa uma dúvida de Marcelo:
( ) Por que é que a chuva cai?
( ) Por que é que o mar derrama?
( ) Por que é que o cachorro tem quatro pernas?
( ) Por que é que mesa se chama mesa?
3) Como, na opinião de Marcelo, deveria ser o nome de "cadeira" e "travesseiro"? Por que deveriam se chamar assim?
4) Qual foi a lógica usada por Marcelo para dar novos nomes às coisas? Qual foi o mais interessante, na sua opinião?
5) Por que, segundo o pai de Marcelo, todos devem chamar as coisas pelo mesmo nome?
6) Que palavra foi usada, no texto, para dizer que Marcelo implicou com o nome das coisas?
7) Qual foi a complicação que surgiu no texto?
8) Há, no texto, um sinônimo da palavra "uivar". Que palavra é essa?
9) Observe a frase: "Seu João percebia a aflição do filho, mas não entendia nada...". Assinale a alternativa que representa o sentimento de Marcelo, naquele momento:
( ) paciência. ( ) alegria. ( ) preocupação
10) Observe a frase: "E Marcelo, desapontadíssimo, disse para o pai:" O sentimento de Marcelo era de:
( ) decepção. ( ) medo. ( ) impaciência.
11)
Na linguagem de Marcelo, os pais disseram que construiriam uma nova
casinha para Godofredo. Transcreva a frase que comprova isso e
reescreva-a utilizando a linguagem normal.
12) Qual é a situação final do texto?
13) Se você pudesse dar outros nomes ao seu material escolar, como você nomearia:
a) a caneta?
b) o lápis?
c) o caderno?
d) a tesoura?
e) a borracha?
14) Que tipo de narrador tem o texto? Explique:
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