SOBRE A POLÊMICA DA APROPRIAÇÃO CULTURAL - Atividades para o ensino médio (Atualizado / Com gabarito)
Texto 1
Jovem branca com câncer gera polêmica ao usar turbante
A paranaense Thauane Cordeiro, diagnosticada com leucemia, foi repreendida por usar turbante nas ruas de Curitiba
DA REDAÇÃO 11/02/2017 15:40 , ATUALIZADO EM 11/02/2017 15:48
A
paranaense Thauane Cordeiro, diagnosticada com leucemia mieloide aguda,
gerou polêmica em Curitiba ao usar turbante. O item é um símbolo de
identidade e luta do movimento negro. Careca e branca, a jovem andava
pelas ruas de Curitiba quando foi abordada por uma mulher negra numa
estação de transporte. Ela contou o episódio no Facebook e o post
viralizou.
Com mais de 60 mil curtidas e 20 mil compartilhamentos, a postagem narra
a conversa que Thauane teve com a mulher que a repreendeu. “Comecei a
reparar que tinha bastante mulheres negras, lindas aliás, que tavam me
olhando torto, tipo ‘olha lá a branquinha se apropriando dá (sic) nossa
cultura’, enfim, veio uma falar comigo e dizer que eu não deveria usar
turbante porque eu era branca”, ela escreveu.
Na conversa, Thauane tirou o turbante e mostrou que era careca. “Isso se
chama câncer”, contou. “Saí e ela ficou com cara de tacho”. A jovem
curitibana usou a hashtag “VaiTerTodosDeTurbanteSim para encerrar o
desabafo.
O episódio reacendeu o debate sobre apropriação cultural. Mais do que um
mero adereço, o turbante tem um forte significado de empoderamento para
as mulheres negras. As africanas usavam turbante para proteger a cabeça
do sol. No Brasil, as escravas colocavam o item nos cabelos.
1) A que gênero textual pertence o texto lido? Justifique, apresentando as características do texto.
Notícia. Apresenta de forma objetiva os
fatos, sem aprofundá-los. Se atém ao lead da notícia. Não é assinada por
um jornalista, etc.
2) Que termo foi empregado no primeiro parágrafo do texto, para evitar a repetição da palavra "turbante"?
Item.
3) Que outra palavra foi usada no texto, para referir-se ao turbante?
Adereço.
4) Há, no texto, um sinônimo de criticar, advertir. Transcreva-o.
Repreendeu.
5) Na postagem da jovem, ela empregou a linguagem formal ou informal? Justifique apresentando exemplos.
Informal: "pra", "tá" etc.
6) Que expressão foi usada no texto para dizer que o fato se espalhou rapidamente?
Viralizou.
7) Qual a relevância do uso dos adjetivos "careca e branca", usados no primeiro parágrafo do texto, para o tema em questão?
Pelo fato de toda a polêmica ter sido levantada em relação ao uso de um adereço pertencente à cultura afro.
8) O que você entende por "apropriação cultural"? Na sua opinião, a mulher que criticou a moça estava com razão? Argumente em um parágrafo.
Resposta pessoal.
9) Explique a expressão: "cara de tacho".
Ficar constrangido, sem graça.
Texto 2
Por que o conceito de "apropriação cultural" não passa de racismo e ignorância
Vanessa Rodrigues
Um relato que tomou conta das redes sociais nessa última semana
reacendeu o debate sobre mais uma invenção dos justiceiros sociais: a
“apropriação cultural”. O termo refere-se à ideia de que brancos
ocidentais roubam elementos culturais de “minorias étnicas”, usando-as
de forma indiscriminada e sem respeitar a “cultura alheia”.
O relato em questão foi escrito por uma moça que, por ter raspado os
cabelos em razão de um câncer, optou por usar turbantes na cabeça. A
moça foi questionada por duas mulheres negras no metrô, visto que era
branca e que, na cabeça dessas pessoas, não possuía o direito de usar o
turbante, que deve ser de uso exclusivo de negros. A moça conta que
explicou que utilizava em razão de sua doença.
Apesar de ter indignado muitas pessoas em relação à estupidez de quem
acredita na ideia de que culturas de minorias são “roubadas” por brancos
ocidentais, o relato também ajudou a tirar a máscara de justiceiros
sociais que escondem um racismo velado. Mesmo com o fato de que o
turbante estava sendo usado por causa de uma doença, ainda houve quem
argumentasse que “câncer não é desculpa para se apropriar da cultura
negra”, entre outras idiotices, como é possível ver nos prints abaixo:
Esse tipo de postura da militância de esquerda/negra não mascara apenas o
racismo, mas também a enorme ignorância de quem defende esse tipo de
coisa. Os turbantes foram criados muito provavelmente pelos
mesopotâmicos e foram utilizados por diversos povos diferentes pelos
séculos. Persas, árabes, judeus, hindus, indianos, gregos, povos das
Américas, todos usaram turbantes de várias maneiras e bem antes da era
cristã. O turbante, inclusive, já foi símbolo de status social e poder
econômico e político em alguns povos, inclusive africanos. Aliás, esse
também é o caso das tranças e dreadlocks.
Turbantes também já foram utilizados por pintores e artistas para
proteger os cabelos das tintas e pó de mármore, fizeram parte da
indumentária de homens e mulheres europeus durante o período medieval,
foram utilizados por Maria Antonieta como peça de moda, e, finalmente,
renasceram quando Paris já era considerada a capital mundial da moda no
século XX com o estilista frânces Paul Poiret na década de 20. Turbantes
também foram muito utilizados pelas mulheres europeias durante a II
Guerra Mundial para esconder os cabelos mal cuidados devido às condições
de vida precárias da época.
No Brasil, ao contrário do que se possa pensar, o turbante chegou com os
primeiros europeus que vieram desbravar o território, não com os negros
africanos. Há relatos de que viraram moda no país com a chegada da
família real, em 1808, visto que a rainha Carlota Joaquina e outras
damas da corte desembarcaram usando turbantes para disfarçar a peste de
piolhos que acometeu os tripulantes durante a viagem.
Se levarmos ao pé da letra a ladainha de “apropriação” cultural, então
coisas como calça jeans, aviões, eletricidade, penicilina,
pasteurização, antibióticos e ressonância magnética não devem ser
utilizados por qualquer um que não seja homem, ocidental e branco, já
que são fruto do trabalho árduo de homens brancos. O mesmo vale para o
famoso iPhone, acessório desenvolvido por Steve Jobs, um americano
branco, o smartphone favorito dos justiceiros sociais para escrever
textões no Facebook sobre opressão.
Se alguém está fazendo algum tipo de “apropriação cultural” são os
próprios militantes do movimento negro ao tentar transformar uma peça
utilizada por diversos povos ao longo dos séculos em algo exclusivo de
um grupo étnico “oprimido” e símbolo de luta.
1) De acordo com o texto, o que significa "apropriação cultural"?
"Ideia de que brancos ocidentais roubam
elementos culturais de “minorias étnicas”, usando-as de forma
indiscriminada e sem respeitar a “cultura alheia”.
2) A quem se refere a expressão "minorias étnicas"?
No contexto do texto, aos negros.
3) Explique a expressão destacada no seguinte trecho: "[...] brancos ocidentais roubam elementos culturais de “minorias étnicas”, usando-as de forma indiscriminada e sem respeitar a 'cultura alheia'" (1º parágrafo).
Sem limites.
4) A quem a autora denomina "justiceiros sociais"?
Quem se manifesta, normalmente em redes sociais, em favor das pessoas que julgam estarem sendo injustiçadas.
5) O que significa a expressão "racismo velado"?
Racismo não explícito.
6) Se passarmos a frase: "A moça foi questionada por duas mulheres negras no metrô", para o masculino, o número de termos a ser alterado é de:
a) 4 b) 6 c) 5 d) 3 e) 7
7) Observe a seguinte frase: "Ajudou a tirar a máscara dos justiceiros sociais." O termo destacado deriva de qual substantivo abstrato?
Justiça.
8) "Turbantes também já foram usados por pintores e artistas para proteger os cabelos das tintas e pó de mármore."
a) Em relação ao gênero, como se classifica o substantivo "pintores"? Masculino.b) Em relação ao gênero, como se classifica o substantivo "artistas"? De que substantivo ele é derivado? Comum de dois gêneros. Deriva de arte.
c) Derive um substantivo de "pó". Esses substantivos são concretos ou abstratos? Explique? Poeira. Concretos, pois tem existência física.
Texto 3
Sobre turbantes e a farsa da apropriação cultural
Por Eric Balbinus
http://www.oreacionario.blog.br/2017/02/sobre-turbantes-e-farsa-da-apropriacao.html
Escrevo tardiamente sobre a questão da moça
com câncer que teria sido vítima de tentativa de coerção por parte de
uma ativista negra por usar turbante. A moça que é branca teria sido
acusada de racismo pela militante, e ainda de apropriação cultural. A
história moralizadora que gerou em polêmicas e justificativas patéticas
por parte dos defensores do africanismo racialista acabou por jogar nas
sombras um ponto muito relevante desta discussão: a tese da apropriação
cultural parte de uma premissa falsa, e, portanto, é uma farsa.
Sim,
trata-se de uma farsa. Tratando do termo literal, trata-se tão somente
do uso ou adoção de elementos culturais e religiosos de determinado povo
por um grupo diferente. É bom contextualizar: não há nada de racista,
imperialista ou supremacista aqui. Esse tipo de fenômeno existe desde as
primeiras civilizações, e é fruto justamente das interações entre os
diversos grupos étnicos, tribais e nacionais. Mesmo antes das grandes
navegações, já havia intensa troca cultural entre os povos. Na ordem
espontânea da humanidade, a apropriação cultural é traço corriqueiro da
própria humanidade.
Mas
isso não explica a suposta polêmica. Para os ideólogos de várias
correntes do movimento negro, há um processo racista que pretende se
apropriar de símbolos e de legados afro. Roubo puro e simples de algo
que deveria pertencer a nós (falo aqui como negro). Outros tratam o caso
como desrespeito, já que os antepassados negros sofreram os horrores do
colonialismo e escravidão, e que isso é esquecido pelos negros. Há
alguns que vão ainda mais longe: o processo de apropriação cultural
teria a finalidade de "resignificar" símbolos de acordo com uma ótica
privilegiada, além de calar as minorias ao usar os símbolos sem
mencioná-las? Não entendeu? Não é para entender, já que isso não tem
qualquer lastro na realidade.
Em
resumo, pessoas não deveriam se apropriar de bens produzidos por outras
culturas. Brancos não devem utilizar dreadloks, tranças, turbantes e
estampas africanas. É aí que o fascismo toma os primeiros contornos: as
publicações militantes (principalmente as que são ligadas ao feminismo
negro), passam a espalhar um discurso de ódio contra quem comete esta
infração. Aos poucos, os que bebem nestas fontes de água podre começam a
agir como justiceiros. O caso da moça do turbante não é o único.[...]
Para entender mais a farsa, observem o padrão:
Quando
se fala em apropriação, ela só existe quando o branco se apropria de
algo. Negros podem ternos, dirigir automóveis, poltronas, couro,
cardigãs e o que quiserem. Até mesmo pintar os cabelos de loiro. Só é
apropriação quando o "opressor" se rende aos gostos dos "oprimidos".
A
suposta apropriação indevida serve para que fascistas apontem o dedo,
espreitem pessoas e façam ameaças veladas. Seja contra um jovem
americano ou uma moça com câncer.
O
uso de símbolos culturais não é prova de que o racismo está em declínio
ou que avançamos nas questões de igualdade racial (anos atrás, jamais
um branco iria querer adotar costumes de negros). Pelo contrário, os
justiceiros negros apontam isso como evidência do aprofundamento do
racismo. O que não passa de desculpa para pregar justamente o racismo.
Agora,
voltemos ao turbante em questão. É uma história riquíssima. Segundo
relatos, a palavra turbante tem origem no persa dulband, que foi
"afrancesado" como "turbant". Para os lusófonos, a própria palavra é uma
apropriação cultural de franceses e persas. Mas, peraí: o turbante não
era africano? Não, isso é mais uma patuscada do movimento negro. O
turbante é persa, de acordo com praticamente todos os registros mais
antigos. Possivelmente chegou a África por meio de mercadores, assim
como se espalhou pela Ásia. Quem pesquisa sobre os turbantes vê que
existe uma profusão de variações em lugares distintos como Grécia (Ilha
de Creta), Índia, Oriente Médio, Indonésia e Paquistão. Para os
africanistas que defendem "as razões religiosas do turbante", seu uso é
registrado entre judeus, cristãos ortodoxos de Somália, Etiópia e
Eritréia, sikhs da Índia, clérigos islâmicos, sacerdotes de Fiji,
tuaregues... os africanos são os que menos utilizam a indumentária em
ritos religiosos. Ao que parece, as feminazis africanistas estão se
apropriando de um legado persa.
Vale
aprofundar a polêmica: quem fala de "apropriação cultural" geralmente a
pratica contra os próprios africanos". Qualquer um que conhece a
história da África de fato sabe são povos muito distintos entre si. São
mais de cinquenta países e mais de trezentas tribos. Muitas que são
rivais históricas. Com o processo de escravidão, a logística do tráfico
fez com que negros fossem comercializados de acordo com a geografia:
para a região nordeste, iorubas (o Nordeste está mais próximo de Nigéria
e Benim geograficamente), enquanto o Sudeste recebeu mais negros de
origem banto (estamos mais próximos de Angola e da antiga possessão de
Cabinda). Por isso os negros paulistas e mineiros tendem a ter traços
diferentes de baianos e maranhenses, por exemplo. Corre o risco de uma
feminista africanista estar se apropriando de elementos afro que não
correspondem a sua etnia.
Depois
de tudo o que foi dito, fica claro que a intenção dos adeptos desta
tese é o simples estelionato intelectual para justificar reivindicações
políticas e a imposição de uma espécie de ditadura do oprimido, partindo
da premissa de que há uma divida da sociedade para com determinados
grupos. Não temos que nos curvar a estes sociopatas. Primeiro, porque
eles não conseguem ser unanimidade nem entre os negros. A maioria de nós
não comunga destas teses racistas e totalitárias, e vemos a apropriação
como sinal de que o racismo vai perdendo espaço (certamente um
neonazista não irá usar dreads ou praticar capoeira). Em segundo lugar,
destaco que estes justiceiros sociais usam botas, tênis, roupas
industrializadas (produtos de origem européia), além de óculos, lençóis,
chinelos e sombrinhas (de origens asiáticas e do norte da África). Ah,
também devem consumir chá (chinês), comer pizza (tradicionalmente
italiana), beber cerveja (origem incerta, há dúvidas entre Egito ou
China). Pensando bem, é quase impossível para um cidadão do século XXI
não consumir nada que tenha sido pensado por uma outra cultura. Só mesmo
as mentes deformadas dos cretinos embusteiros do movimento negro podem
conceber algo assim.
*P.S:
Alguns argumentam que é fanfic. Pode até ser, mas há casos reais de
violência e coerção por parte dos ditos movimentos negros. E se o
assunto for fanfic política, meus caros, a extrema-esquerda é pródiga na
produção de mentiras. Não tentem nos acusar daquilo que vocês tanto
praticam.
1) Em relação à substituição vocabular, analise as afirmações e assinale a alternativa correta:
I - "[...] a tese da apropriação cultural parte de uma premissa
falsa, e, portanto, é uma farsa." ( 1º parágrafo) - Se substituirmos o
termo destacado por "argumento", o sentido da frase será alterado.
II - "Na ordem espontânea da humanidade, a apropriação cultural é traço corriqueiro da própria humanidade." (2º parágrafo) - O termo destacado é sinônimo de "comum".
III - "[...] há um processo racista que pretende se apropriar de símbolos e de legados
afro." (3º parágrafo) - Poderíamos reescrever esse trecho da seguinte
forma, sem alterar o sentido da frase: "há um processo racista que
pretende apoderar-se de símbolos e heranças afro".
IV - "Não é para entender, já que isso não tem qualquer lastro na realidade." (3º parágrafo) - O termo destacado pode ser substituído por "fundamento" sem alterar o sentido da frase.
V - "A maioria de nós não comunga
destas teses racistas e totalitárias,[...]" (11º parágrafo) - Se
usarmos no lugar do termo destacado o termo "concorda", o sentido da
frase será o mesmo.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas a I está correta.
c) Nenhuma está correta.
d) II, III, IV e V estão corretas.
e) II, III e IV estão incorretas.
3) Ele concorda com a crítica feita à jovem, por ela estar usando turbante?
Não,
pois faz todo um levantamento histórico acerca do uso do turbante para
explicar seu ponto de vista de que não se trata de apropriação.
4) Qual é, segundo o autor, a intenção dos adeptos da tese de "apropriação cultural"?
O
simples estelionato intelectual para justificar reivindicações
políticas e a imposição de uma espécie de ditadura do oprimido, partindo
da premissa de que há uma divida da sociedade para com determinados
grupos.
5) A quem se refere o termo "feminazi"? De que palavras ela deriva? Por que foi feita essa relação?
Às feministas. Deriva de feminismo e nazismo. A relação indica o teor radical dos posicionamentos.
6) Qual é, segundo o texto, a origem do turbante? Que questões ele coloca, a partir dessa origem?
De
origem persa. Segundo ele, o fato de os negros reivindicarem o turbante
como parte de sua cultura também é apropriação cultura, uma vez que sua
origem é persa.
7) Que palavra foi usada no texto para referir-se a religiosos?
Clérigos.
8) Qual a conclusão do autor, ao final do texto?
"Pensando bem, é quase impossível para um cidadão do século XXI não consumir nada que tenha sido pensado por uma outra cultura."
PRODUÇÃO TEXTUAL
A partir dos textos lidos e das discussões em aula, produza um texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se acerca do tema.
SOBRE A POLÊMICA DA APROPRIAÇÃO CULTURAL - Atividades para o ensino médio (Atualizado / Com gabarito)
Texto 1
Jovem branca com câncer gera polêmica ao usar turbante
A paranaense Thauane Cordeiro, diagnosticada com leucemia, foi repreendida por usar turbante nas ruas de Curitiba
DA REDAÇÃO 11/02/2017 15:40 , ATUALIZADO EM 11/02/2017 15:48
A
paranaense Thauane Cordeiro, diagnosticada com leucemia mieloide aguda,
gerou polêmica em Curitiba ao usar turbante. O item é um símbolo de
identidade e luta do movimento negro. Careca e branca, a jovem andava
pelas ruas de Curitiba quando foi abordada por uma mulher negra numa
estação de transporte. Ela contou o episódio no Facebook e o post
viralizou.
Com mais de 60 mil curtidas e 20 mil compartilhamentos, a postagem narra
a conversa que Thauane teve com a mulher que a repreendeu. “Comecei a
reparar que tinha bastante mulheres negras, lindas aliás, que tavam me
olhando torto, tipo ‘olha lá a branquinha se apropriando dá (sic) nossa
cultura’, enfim, veio uma falar comigo e dizer que eu não deveria usar
turbante porque eu era branca”, ela escreveu.
Na conversa, Thauane tirou o turbante e mostrou que era careca. “Isso se
chama câncer”, contou. “Saí e ela ficou com cara de tacho”. A jovem
curitibana usou a hashtag “VaiTerTodosDeTurbanteSim para encerrar o
desabafo.
O episódio reacendeu o debate sobre apropriação cultural. Mais do que um
mero adereço, o turbante tem um forte significado de empoderamento para
as mulheres negras. As africanas usavam turbante para proteger a cabeça
do sol. No Brasil, as escravas colocavam o item nos cabelos.
1) A que gênero textual pertence o texto lido? Justifique, apresentando as características do texto.
Notícia. Apresenta de forma objetiva os
fatos, sem aprofundá-los. Se atém ao lead da notícia. Não é assinada por
um jornalista, etc.
2) Que termo foi empregado no primeiro parágrafo do texto, para evitar a repetição da palavra "turbante"?
Item.
3) Que outra palavra foi usada no texto, para referir-se ao turbante?
Adereço.
4) Há, no texto, um sinônimo de criticar, advertir. Transcreva-o.
Repreendeu.
5) Na postagem da jovem, ela empregou a linguagem formal ou informal? Justifique apresentando exemplos.
Informal: "pra", "tá" etc.
6) Que expressão foi usada no texto para dizer que o fato se espalhou rapidamente?
Viralizou.
7) Qual a relevância do uso dos adjetivos "careca e branca", usados no primeiro parágrafo do texto, para o tema em questão?
Pelo fato de toda a polêmica ter sido levantada em relação ao uso de um adereço pertencente à cultura afro.
8) O que você entende por "apropriação cultural"? Na sua opinião, a mulher que criticou a moça estava com razão? Argumente em um parágrafo.
Resposta pessoal.
9) Explique a expressão: "cara de tacho".
Ficar constrangido, sem graça.
Texto 2
Por que o conceito de "apropriação cultural" não passa de racismo e ignorância
Vanessa Rodrigues
Um relato que tomou conta das redes sociais nessa última semana
reacendeu o debate sobre mais uma invenção dos justiceiros sociais: a
“apropriação cultural”. O termo refere-se à ideia de que brancos
ocidentais roubam elementos culturais de “minorias étnicas”, usando-as
de forma indiscriminada e sem respeitar a “cultura alheia”.
O relato em questão foi escrito por uma moça que, por ter raspado os
cabelos em razão de um câncer, optou por usar turbantes na cabeça. A
moça foi questionada por duas mulheres negras no metrô, visto que era
branca e que, na cabeça dessas pessoas, não possuía o direito de usar o
turbante, que deve ser de uso exclusivo de negros. A moça conta que
explicou que utilizava em razão de sua doença.
Apesar de ter indignado muitas pessoas em relação à estupidez de quem
acredita na ideia de que culturas de minorias são “roubadas” por brancos
ocidentais, o relato também ajudou a tirar a máscara de justiceiros
sociais que escondem um racismo velado. Mesmo com o fato de que o
turbante estava sendo usado por causa de uma doença, ainda houve quem
argumentasse que “câncer não é desculpa para se apropriar da cultura
negra”, entre outras idiotices, como é possível ver nos prints abaixo:
Esse tipo de postura da militância de esquerda/negra não mascara apenas o
racismo, mas também a enorme ignorância de quem defende esse tipo de
coisa. Os turbantes foram criados muito provavelmente pelos
mesopotâmicos e foram utilizados por diversos povos diferentes pelos
séculos. Persas, árabes, judeus, hindus, indianos, gregos, povos das
Américas, todos usaram turbantes de várias maneiras e bem antes da era
cristã. O turbante, inclusive, já foi símbolo de status social e poder
econômico e político em alguns povos, inclusive africanos. Aliás, esse
também é o caso das tranças e dreadlocks.
Turbantes também já foram utilizados por pintores e artistas para
proteger os cabelos das tintas e pó de mármore, fizeram parte da
indumentária de homens e mulheres europeus durante o período medieval,
foram utilizados por Maria Antonieta como peça de moda, e, finalmente,
renasceram quando Paris já era considerada a capital mundial da moda no
século XX com o estilista frânces Paul Poiret na década de 20. Turbantes
também foram muito utilizados pelas mulheres europeias durante a II
Guerra Mundial para esconder os cabelos mal cuidados devido às condições
de vida precárias da época.
No Brasil, ao contrário do que se possa pensar, o turbante chegou com os
primeiros europeus que vieram desbravar o território, não com os negros
africanos. Há relatos de que viraram moda no país com a chegada da
família real, em 1808, visto que a rainha Carlota Joaquina e outras
damas da corte desembarcaram usando turbantes para disfarçar a peste de
piolhos que acometeu os tripulantes durante a viagem.
Se levarmos ao pé da letra a ladainha de “apropriação” cultural, então
coisas como calça jeans, aviões, eletricidade, penicilina,
pasteurização, antibióticos e ressonância magnética não devem ser
utilizados por qualquer um que não seja homem, ocidental e branco, já
que são fruto do trabalho árduo de homens brancos. O mesmo vale para o
famoso iPhone, acessório desenvolvido por Steve Jobs, um americano
branco, o smartphone favorito dos justiceiros sociais para escrever
textões no Facebook sobre opressão.
Se alguém está fazendo algum tipo de “apropriação cultural” são os
próprios militantes do movimento negro ao tentar transformar uma peça
utilizada por diversos povos ao longo dos séculos em algo exclusivo de
um grupo étnico “oprimido” e símbolo de luta.
1) De acordo com o texto, o que significa "apropriação cultural"?
"Ideia de que brancos ocidentais roubam
elementos culturais de “minorias étnicas”, usando-as de forma
indiscriminada e sem respeitar a “cultura alheia”.
2) A quem se refere a expressão "minorias étnicas"?
No contexto do texto, aos negros.
3) Explique a expressão destacada no seguinte trecho: "[...] brancos ocidentais roubam elementos culturais de “minorias étnicas”, usando-as de forma indiscriminada e sem respeitar a 'cultura alheia'" (1º parágrafo).
Sem limites.
4) A quem a autora denomina "justiceiros sociais"?
Quem se manifesta, normalmente em redes sociais, em favor das pessoas que julgam estarem sendo injustiçadas.
5) O que significa a expressão "racismo velado"?
Racismo não explícito.
6) Se passarmos a frase: "A moça foi questionada por duas mulheres negras no metrô", para o masculino, o número de termos a ser alterado é de:
a) 4 b) 6 c) 5 d) 3 e) 7
7) Observe a seguinte frase: "Ajudou a tirar a máscara dos justiceiros sociais." O termo destacado deriva de qual substantivo abstrato?
Justiça.
8) "Turbantes também já foram usados por pintores e artistas para proteger os cabelos das tintas e pó de mármore."
a) Em relação ao gênero, como se classifica o substantivo "pintores"? Masculino.b) Em relação ao gênero, como se classifica o substantivo "artistas"? De que substantivo ele é derivado? Comum de dois gêneros. Deriva de arte.
c) Derive um substantivo de "pó". Esses substantivos são concretos ou abstratos? Explique? Poeira. Concretos, pois tem existência física.
Texto 3
Sobre turbantes e a farsa da apropriação cultural
Por Eric Balbinus
http://www.oreacionario.blog.br/2017/02/sobre-turbantes-e-farsa-da-apropriacao.html
Escrevo tardiamente sobre a questão da moça
com câncer que teria sido vítima de tentativa de coerção por parte de
uma ativista negra por usar turbante. A moça que é branca teria sido
acusada de racismo pela militante, e ainda de apropriação cultural. A
história moralizadora que gerou em polêmicas e justificativas patéticas
por parte dos defensores do africanismo racialista acabou por jogar nas
sombras um ponto muito relevante desta discussão: a tese da apropriação
cultural parte de uma premissa falsa, e, portanto, é uma farsa.
Sim,
trata-se de uma farsa. Tratando do termo literal, trata-se tão somente
do uso ou adoção de elementos culturais e religiosos de determinado povo
por um grupo diferente. É bom contextualizar: não há nada de racista,
imperialista ou supremacista aqui. Esse tipo de fenômeno existe desde as
primeiras civilizações, e é fruto justamente das interações entre os
diversos grupos étnicos, tribais e nacionais. Mesmo antes das grandes
navegações, já havia intensa troca cultural entre os povos. Na ordem
espontânea da humanidade, a apropriação cultural é traço corriqueiro da
própria humanidade.
Mas
isso não explica a suposta polêmica. Para os ideólogos de várias
correntes do movimento negro, há um processo racista que pretende se
apropriar de símbolos e de legados afro. Roubo puro e simples de algo
que deveria pertencer a nós (falo aqui como negro). Outros tratam o caso
como desrespeito, já que os antepassados negros sofreram os horrores do
colonialismo e escravidão, e que isso é esquecido pelos negros. Há
alguns que vão ainda mais longe: o processo de apropriação cultural
teria a finalidade de "resignificar" símbolos de acordo com uma ótica
privilegiada, além de calar as minorias ao usar os símbolos sem
mencioná-las? Não entendeu? Não é para entender, já que isso não tem
qualquer lastro na realidade.
Em
resumo, pessoas não deveriam se apropriar de bens produzidos por outras
culturas. Brancos não devem utilizar dreadloks, tranças, turbantes e
estampas africanas. É aí que o fascismo toma os primeiros contornos: as
publicações militantes (principalmente as que são ligadas ao feminismo
negro), passam a espalhar um discurso de ódio contra quem comete esta
infração. Aos poucos, os que bebem nestas fontes de água podre começam a
agir como justiceiros. O caso da moça do turbante não é o único.[...]
Para entender mais a farsa, observem o padrão:
Quando
se fala em apropriação, ela só existe quando o branco se apropria de
algo. Negros podem ternos, dirigir automóveis, poltronas, couro,
cardigãs e o que quiserem. Até mesmo pintar os cabelos de loiro. Só é
apropriação quando o "opressor" se rende aos gostos dos "oprimidos".
A
suposta apropriação indevida serve para que fascistas apontem o dedo,
espreitem pessoas e façam ameaças veladas. Seja contra um jovem
americano ou uma moça com câncer.
O
uso de símbolos culturais não é prova de que o racismo está em declínio
ou que avançamos nas questões de igualdade racial (anos atrás, jamais
um branco iria querer adotar costumes de negros). Pelo contrário, os
justiceiros negros apontam isso como evidência do aprofundamento do
racismo. O que não passa de desculpa para pregar justamente o racismo.
Agora,
voltemos ao turbante em questão. É uma história riquíssima. Segundo
relatos, a palavra turbante tem origem no persa dulband, que foi
"afrancesado" como "turbant". Para os lusófonos, a própria palavra é uma
apropriação cultural de franceses e persas. Mas, peraí: o turbante não
era africano? Não, isso é mais uma patuscada do movimento negro. O
turbante é persa, de acordo com praticamente todos os registros mais
antigos. Possivelmente chegou a África por meio de mercadores, assim
como se espalhou pela Ásia. Quem pesquisa sobre os turbantes vê que
existe uma profusão de variações em lugares distintos como Grécia (Ilha
de Creta), Índia, Oriente Médio, Indonésia e Paquistão. Para os
africanistas que defendem "as razões religiosas do turbante", seu uso é
registrado entre judeus, cristãos ortodoxos de Somália, Etiópia e
Eritréia, sikhs da Índia, clérigos islâmicos, sacerdotes de Fiji,
tuaregues... os africanos são os que menos utilizam a indumentária em
ritos religiosos. Ao que parece, as feminazis africanistas estão se
apropriando de um legado persa.
Vale
aprofundar a polêmica: quem fala de "apropriação cultural" geralmente a
pratica contra os próprios africanos". Qualquer um que conhece a
história da África de fato sabe são povos muito distintos entre si. São
mais de cinquenta países e mais de trezentas tribos. Muitas que são
rivais históricas. Com o processo de escravidão, a logística do tráfico
fez com que negros fossem comercializados de acordo com a geografia:
para a região nordeste, iorubas (o Nordeste está mais próximo de Nigéria
e Benim geograficamente), enquanto o Sudeste recebeu mais negros de
origem banto (estamos mais próximos de Angola e da antiga possessão de
Cabinda). Por isso os negros paulistas e mineiros tendem a ter traços
diferentes de baianos e maranhenses, por exemplo. Corre o risco de uma
feminista africanista estar se apropriando de elementos afro que não
correspondem a sua etnia.
Depois
de tudo o que foi dito, fica claro que a intenção dos adeptos desta
tese é o simples estelionato intelectual para justificar reivindicações
políticas e a imposição de uma espécie de ditadura do oprimido, partindo
da premissa de que há uma divida da sociedade para com determinados
grupos. Não temos que nos curvar a estes sociopatas. Primeiro, porque
eles não conseguem ser unanimidade nem entre os negros. A maioria de nós
não comunga destas teses racistas e totalitárias, e vemos a apropriação
como sinal de que o racismo vai perdendo espaço (certamente um
neonazista não irá usar dreads ou praticar capoeira). Em segundo lugar,
destaco que estes justiceiros sociais usam botas, tênis, roupas
industrializadas (produtos de origem européia), além de óculos, lençóis,
chinelos e sombrinhas (de origens asiáticas e do norte da África). Ah,
também devem consumir chá (chinês), comer pizza (tradicionalmente
italiana), beber cerveja (origem incerta, há dúvidas entre Egito ou
China). Pensando bem, é quase impossível para um cidadão do século XXI
não consumir nada que tenha sido pensado por uma outra cultura. Só mesmo
as mentes deformadas dos cretinos embusteiros do movimento negro podem
conceber algo assim.
*P.S:
Alguns argumentam que é fanfic. Pode até ser, mas há casos reais de
violência e coerção por parte dos ditos movimentos negros. E se o
assunto for fanfic política, meus caros, a extrema-esquerda é pródiga na
produção de mentiras. Não tentem nos acusar daquilo que vocês tanto
praticam.
1) Em relação à substituição vocabular, analise as afirmações e assinale a alternativa correta:
I - "[...] a tese da apropriação cultural parte de uma premissa
falsa, e, portanto, é uma farsa." ( 1º parágrafo) - Se substituirmos o
termo destacado por "argumento", o sentido da frase será alterado.
II - "Na ordem espontânea da humanidade, a apropriação cultural é traço corriqueiro da própria humanidade." (2º parágrafo) - O termo destacado é sinônimo de "comum".
III - "[...] há um processo racista que pretende se apropriar de símbolos e de legados
afro." (3º parágrafo) - Poderíamos reescrever esse trecho da seguinte
forma, sem alterar o sentido da frase: "há um processo racista que
pretende apoderar-se de símbolos e heranças afro".
IV - "Não é para entender, já que isso não tem qualquer lastro na realidade." (3º parágrafo) - O termo destacado pode ser substituído por "fundamento" sem alterar o sentido da frase.
V - "A maioria de nós não comunga
destas teses racistas e totalitárias,[...]" (11º parágrafo) - Se
usarmos no lugar do termo destacado o termo "concorda", o sentido da
frase será o mesmo.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas a I está correta.
c) Nenhuma está correta.
d) II, III, IV e V estão corretas.
e) II, III e IV estão incorretas.
3) Ele concorda com a crítica feita à jovem, por ela estar usando turbante?
Não,
pois faz todo um levantamento histórico acerca do uso do turbante para
explicar seu ponto de vista de que não se trata de apropriação.
4) Qual é, segundo o autor, a intenção dos adeptos da tese de "apropriação cultural"?
O
simples estelionato intelectual para justificar reivindicações
políticas e a imposição de uma espécie de ditadura do oprimido, partindo
da premissa de que há uma divida da sociedade para com determinados
grupos.
5) A quem se refere o termo "feminazi"? De que palavras ela deriva? Por que foi feita essa relação?
Às feministas. Deriva de feminismo e nazismo. A relação indica o teor radical dos posicionamentos.
6) Qual é, segundo o texto, a origem do turbante? Que questões ele coloca, a partir dessa origem?
De
origem persa. Segundo ele, o fato de os negros reivindicarem o turbante
como parte de sua cultura também é apropriação cultura, uma vez que sua
origem é persa.
7) Que palavra foi usada no texto para referir-se a religiosos?
Clérigos.
8) Qual a conclusão do autor, ao final do texto?
"Pensando bem, é quase impossível para um cidadão do século XXI não consumir nada que tenha sido pensado por uma outra cultura."
PRODUÇÃO TEXTUAL
A partir dos textos lidos e das discussões em aula, produza um texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se acerca do tema.
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